sábado, 27 de agosto de 2011

Entrevista Raphael Rodrigues - Goldy!!

Seguindo nossa série de entrevistas com atletas que são referencias no Inline Hockey gaúcho, o blog Inline Hockey Sul, traz uma entrevista com o goleiro da equipe Hunters NH Raphael Rodrigues, o Goldy, atleta muito querido por todos que praticam esse esporte, portanto fiquem agora com essa grande entrevista:
Como começou a jogar e porque?
Fui acompanhar os treinos do time do meu irmão e comecei a me interessar. Um dia tinha uns equipamentos sobrando e daí joguei. O detalhe é que nem patinar eu sabia.
Quem te incentivou a jogar?
Na verdade, durante a "febre do roller", em 1995, tinham times em todas as ruas da cidade que eu morava. O pessoal da minha rua era bem pilhado e começou a incentivar a comprar meu equipamento e ir a todos os treinos.
Porque resolveu escolher a posição de goleiro?
Eu sempre achei demais os equipamentos. Daí quando fui comprar os meus pra realmente levar o esporte a sério, decidi comprar os de goleiro. É engraçado como começou apenas com um interesse estético e hoje é quase que uma filosofia de vida.
Como foram tuas experiências com o inline hockey? seleção brasileira, os vários times que jogaste?
Depois disso, eu comecei a treinar direto. Conheci o pessoal de NH (Tuti) e de POA (Amilcar) e passei a treinar quase todos os dias. Em 1997, fui pro Canadá. Lá, joguei em uma liga mirim e tive a oportunidade de conhecer muito sobre o esporte. Quando voltei, segui treinando e participando de campeonatos regionais e nacionais. Em 1999, fui convocado para um torneio internacional na Argentina pela Seleção Brasileira Sub-18. Foi minha primeira convocação (tenho o fax da convocação até hoje). Em 2000, fui convocado, junto com o Tuti, para a Seleção Brasileira Adulta, com  17 anos. Foi uma emoção muito especial, já que a convocação veio no primeiro campeonato brasileiro realizado no Rio Grande do Sul, em casa. Uma pena que não deu pra participar de nenhum torneio pela seleção adulta. Depois disso, com a escassez de jogadores no RS, comecei a peregrinar pelo estado para fomentar o esporte. Joguei em quase todos os times. Dos que atualmente disputam a Copa da Amizade, o único que não joguei é o Pirates.
Em quem te espelhaste para jogar? qual jogador é teu modelo ou ídolo?
Na NHL, meu grande ídolo é o goleiro do NJ Devils, o Martin Brodeur. Muito do meu estilo de jogo é baseado no dele. As vezes, vendo meus jogos, percebo muitas semelhanças. É muito bacana. Entre jogadores, gosto muito do Mario Lemieux. Acho o perfil dele muito genial. É um ídolo mesmo. Mas acho que mais do que jogadores, eu me espelho muito é na paixão que todo mundo tem por jogar  hockey. É muito bacana ver a felicidade das pessoas jogando esse esporte.
Como tu vês a evolução do inline hockey aqui no sul? ela está acontecendo? e se não o que precisamos para atingir um nível de excelência?
Acho que os times estão mais parelhos, o hockey mais competitivo, os jogos mais emocionantes. Isso é bacana para o esporte. Mas não considero isso uma evolução para o hockey. Até porque eu sinto que a verdadeira evolução ocorreu nos jogadores, em sua técnica. Os atletas, em sua maioria, são mais qualificados tecnicamente atualmente. No entanto, o esporte como um todo ainda é muito estático no estado, com poucos novos jogadores. Não existe uma nova safra de jogadores. O que eu acho é que iniciativas como, por exemplo, a Copa da Amizade e, principalmente, o aspecto itinerante desse ano, só fazem bem ao esporte. Eu acredito que iniciativas como essas, associada a pólos em diversos locais do estado, o que agora foi possibilitado com os treinos em Porto Alegre e Novo Hamburgo, podem permitir que novos atletas apareçam e o hockey seja renovado.
Uma curiosidade, como tu faz para guardar placares de jogos, número de defesas, estatísticas de jogos e até mesmo de jogos da NHL na cabeça? ou você tem uma planilha em casa para acompanhar?
Cara, isso é algo que me assombra também. Eu tenho essa memória bizarra. Eu lembro de todos os jogos dos quais participo. E tento, quando dá, fazer um scout pessoal para avaliar minha performance. Tento contar defesas, analisar como me comportei no jogo. É meio que um TOC que tenho. Com relação aos jogos da NHL, é puro fanatismo mesmo. Leio muito, estudo e pesquiso times. E olho muitos jogos na internet.
Na tua opinião o que falta no inline hockey gaúcho? no que precisamos melhorar?
Do ponto de vista de imagem, e sendo publicitário, eu sinto que falta vender o esporte. Mas não da forma convencional. Afinal, esse não é um esporte convencional. Eu vejo o rugby como um case fantástico para se analisar. O rugby (é claro, com um apoio gigante da Topper) vende o esporte de forma bem-humorada, leve, inusitada. Por vezes, eles vendem uma realidade muito bacana do esporte: a de que o esporte é muito "um nada" no país (afinal, muito pouca gente joga rugby por aqui). Por isso que a assinatura deles é: isso ainda vai ser grande por aqui. Pro hockey, acho que o que vale é vender essa idéia da paixão dos jogadores pelo esporte. E o quanto de esforço se faz para jogar. Acho que as pessoas se identificariam com esse lance da paixão. Mas é só uma opinião. Do ponto de vista do esporte, como falei antes, falta uma grande renovação.


qual a tua expectativa em relação a equipe que tu joga o Hunters para o final do ano e as competições que vocês ainda vão participar?
Acho que foi um ano complicado para o time. A falta de jogadores e a impossibilidade de uma seqüência de treinos nos deixou muito vulneráveis. Mas acho que, para as finais, vamos estar motivados e preparados o bastante. Além do mais, quando se fala em Hunters, nunca dá para não acreditar. Essa camisa é muito forte.


Jogo Rápido
Time que torce: Grêmio.
Filme: Lost in Translation.
Livro de cabeceira: Meu notebook.
Banda favorita: Death Cab for Cutie.
Comida Favorita: Pizza.
Uma música: Please Baby Please - David Bazan.
Hobby: Viajar.
Não vivo sem: Cinema.
Um país que gostaria de morar: Espanha.
Programa de TV: A Liga.
Defina o Inline Hockey em uma palavra: Tesão.
Memória mais feliz que viveu no Inline Hockey: Convocação para a Seleção Brasileira.
Memória mais triste que viveu no Inline Hockey: A mais recente, pelo menos, é ter perdido a final da I Copa da Amizade, ano passado.
Sentimento que odeia: Dor nos rins.

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